Desde
a criação
da UFOPA,
já presenciamos muitas manifestações
que vão desde a
queixa
pela não participação no processo de criação desta Universidade
a denúncias
de Superfaturamento no uso do dinheiro público.
Com
a greve
das Universidades Federais
a nossa UFOPA pegou carona no movimento e, também, passou a
reivindicar a mesma pauta. Só que no nosso caso, some-se
a isso, além
do aumento salarial
(em
primeiro lugar),
melhores
condições de trabalho,
melhor
qualidade de ensino,
além
das brigas políticas e do excesso de “estrelas” para pouca
constelação.
Desde
o início desta greve, nossos professores afirmam que com um salário
mais digno, ganha
o professor e ganha também o aluno,
pois a qualidade do ensino melhora. Será?
Concordo que a nossa profissão (professores e futuros professores)
deve ser mais bem remunerada, mas discordo que com um possível
aumento a qualidade do ensino será melhor. Lembro-me de uma
professora de didática (aqui mesmo da UFOPA) que dizia “que
a nossa motivação de professor e qualidade de nossas aulas”
jamais deveria ser do tamanho de nosso salário.
E pensando nisso, lembro-me de muitos professores que se quer tem a
coragem de comprar um pincel para quadro branco. Ou ainda num gasto
maior, livros para sua formação. Em
que esse aumento salarial será revestido em sala de aula?
Não estou sendo contra o aumento salarial. Sou contrário a ideia de
que esse aumento proporcionará um melhora no ensino na sala de aula.
Outro
ponto discutível nas pautas do movimento grevista da UFOPA, diz
respeito ao atual estado em que se encontra nossa Universidade. Com
tantas queixas parece até que não ganhamos nada com a criação da
UFOPA. Não ganhamos?
Quando
eu ainda vivenciava os últimos suspiros do antigo Campus da UFPA
percebia que eram mínimas as bolsas de iniciação cientifica ou de
trabalho. Hoje o panorama mudou. Temos uma quantidade, embora ainda
pequena, mas que já favorece a permanência de muitos alunos na
Universidade. Na minha sala de aula, cito como exemplo, quase 95% dos
alunos tem pelo menos uma bolsa. Seja
de iniciação à docência, científica, de trabalho, permanência
ou outras.
É
claro que o ser humano defende primeiramente os seus interesses. E
diante disso nos perguntamos: Greve
na UFOPA: quem ganha e quem perde?
Pelo
andar da carruagem, nós alunos, vamos perder muito. Dificilmente
essas aulas serão cumpridas a rigor. Os conteúdos serão
atropelados. O que seria matéria para um semestre será dado em
poucos dias, e por aí vai...
Mas talvez um ou outro aluno esteja se perguntando: e o mês de
julho! Vamos
ficar sem férias?
Possivelmente nossas férias serão poupadas, pois em julho é
desenvolvido o PARFOR, que como poucos sabem paga um salário bem
generoso que compensa qualquer sacrifício, até o de se trabalhar em
plenas férias.
Espero
que meus pensamentos estejam errados. E
que desta greve não saiamos mortos ou feridos, mas com vida plena em
abundância.