Os
livros amontoados na mesa de jantar denunciavam a partida. Toda a
literatura parecia está ali: de Homero com a sua Odisseia até Ruy
Barata com o seu Pauapixuna. Na cozinha, o fogão denunciava a
fritura diária. Da geladeira escorria água do congelador. No
quarto, as apostilas da faculdade perdiam-se em meio a tantos objetos
postos na mesa de estudo. A constatação era uma só: aquela senhora
havia partido.
Os
dias que se seguiram foram de tristeza. O senhor da casa, para afogar
a nostalgia, passou a embriagar-se nos estudos. Dia e noite
vivenciava aquelas narrativas românticas de sua estante. E nisso
lembrava-se dos amores protocolares diários que vivia com a sua
amada. Jamais um simples beijo pela manhã lhe fez tanta falta.
Queria a todo custo à presença da amada ali com ele a cada
instante. Mas esse desejo o destino não poderia atendê-lo de
imediato. Agora ela estava nas Terras
Obidenses
bem distante de seus olhos e do afago dos seus carinhos.
Essa
história não tem fim. Pelo que parece, vez ou outra serão um casal
novamente: com amores protocolares e beijos em algumas manhãs.
Sem palavras... Sou grande admiradora do seu trabalho.
ResponderExcluirTambém admiro o meu trabalho caríssima Amanda Mota
ResponderExcluir