Considero-me
um licenciado em Letras de sorte, por ter tido a oportunidade, durante a
graduação, de participar de projetos educacionais. Entre eles, monitor de Letramento do Programa Mais Educação
(neste caso, nem sei se foi tanta sorte assim).
Para
você que não conhece o Mais Educação,
em curtas palavras, posso dizer que se trata de um projeto do governo federal
destinada, principalmente a escolas de baixo IDEB. Dele participam alunos que
se encontram em vulnerabilidade socioeconômica, e que apresentam baixíssimo
rendimento em sala de aula.
Ser
monitor (ou oficineiro) neste programa é duas vezes mais desafiador que ser
professor do ensino regular. Os desafios são inúmeros. E o principal deles é
que na sua turma você não terá um ou dois alunos “danadinhos”, mas a turma
inteira. Isso mesmo. Imaginou a cena? Isso se deve, como já mencionei, pelo
fato de serem alunos tidos problemáticos. E por consequência, alunos com
baixíssimas notas.
Diante
desse quadro, o monitor é visto como um salvador da pátria. Aquele que será
responsável pela conversão ética, moral e intelectual destes alunos. No
entanto, dada às circunstancias de atuação do projeto (falta desde espaço físico
adequado a monitor com formação na área em que pretende atuar) a melhora destes
alunos é muito pequena, principalmente, em oficinas como letramento e
matemática. As quais devem ir além de brincadeiras.
Deixando
um pouco dos problemas de lado, qual a importância de um projeto desses na
formação profissional do futuro professor?
Costumo
dizer que atuar como monitor no Mais Educação é um divisor de águas para
qualquer acadêmico. É a prática nua e crua, longe dos esquemas preestabelecidos
dos estágios de regência. É vivenciar o futuro que nos aguarda enquanto
professores. É sentir raiva e alegria num espaço curto de oficina. É
refletir... É aprender (ou se acostumar) a ganhar pouco desde o começo. Mas acima
de tudo, é ter a certeza de que se você sobreviver durante o período do
projeto, você será capaz de enfrentar qualquer turma “danada”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou? Deixe sua opinião