segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os desafios do professor iniciante: a experiência de ser monitor no Programa Mais Educação.



Considero-me um licenciado em Letras de sorte, por ter tido a oportunidade, durante a graduação, de participar de projetos educacionais. Entre eles, monitor de Letramento do Programa Mais Educação (neste caso, nem sei se foi tanta sorte assim).

Para você que não conhece o Mais Educação, em curtas palavras, posso dizer que se trata de um projeto do governo federal destinada, principalmente a escolas de baixo IDEB. Dele participam alunos que se encontram em vulnerabilidade socioeconômica, e que apresentam baixíssimo rendimento em sala de aula.

Ser monitor (ou oficineiro) neste programa é duas vezes mais desafiador que ser professor do ensino regular. Os desafios são inúmeros. E o principal deles é que na sua turma você não terá um ou dois alunos “danadinhos”, mas a turma inteira. Isso mesmo. Imaginou a cena? Isso se deve, como já mencionei, pelo fato de serem alunos tidos problemáticos. E por consequência, alunos com baixíssimas notas.

Diante desse quadro, o monitor é visto como um salvador da pátria. Aquele que será responsável pela conversão ética, moral e intelectual destes alunos. No entanto, dada às circunstancias de atuação do projeto (falta desde espaço físico adequado a monitor com formação na área em que pretende atuar) a melhora destes alunos é muito pequena, principalmente, em oficinas como letramento e matemática. As quais devem ir além de brincadeiras.

Deixando um pouco dos problemas de lado, qual a importância de um projeto desses na formação profissional do futuro professor?

Costumo dizer que atuar como monitor no Mais Educação é um divisor de águas para qualquer acadêmico. É a prática nua e crua, longe dos esquemas preestabelecidos dos estágios de regência. É vivenciar o futuro que nos aguarda enquanto professores. É sentir raiva e alegria num espaço curto de oficina. É refletir... É aprender (ou se acostumar) a ganhar pouco desde o começo. Mas acima de tudo, é ter a certeza de que se você sobreviver durante o período do projeto, você será capaz de enfrentar qualquer turma “danada”.

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