No conto O Homem da Areia temos aí uma luta travada entre a “perseguição”
que o jovem Natanael sofre por Copellius. Desde a meninice, a imagem do homem
da areia criada por sua mãe, essa imagem diabolisada pela criada da casa, o
acidente e a morte do pai até a vida adulta Natanael sofre com isso. O autor do
conto reflete a maneira pela qual deveria contar tal história. Assim, como nas Babas do Diabo vemos
o autor mergulhado num dilema crucial: ambos são tomados por espírito que os
induz a ter de escrever, a contar: era uma vez... ou logo medias in res; “nunca se
sabe ao certo como isto deve ser contado”.
O Homem da Areia destaca a questão dos olhos: olhos
que encantam e olhos que enganam. Destaco o momento em que Natanael encanta-se
por Olímpia através de seus olhos. Parecem tão reais (como a fotografia), mas não
o são.
Uma das características contidas em ambos os contos,
além do dilema do autor em como contar a história, esse desprender da ideia da consciência
do autor para ser posta no papel, está, também, a ambiguidade.
Nas Babas do Diabo, temos um morto que conta a
história. Este relaciona ideias diferentes ao mesmo tempo. No momento em que
narra a história relata outras ações que presencia. O conto descreve sobre a
imagem fotografada que nem sempre pode ser real.
Já no outro conto temos como forma de ambiguidade a
imaginação de Natanael concretizando a figura do Homem da Areia a racionalidade
de Clara que julga como delírio ou apenas como construção imaginaria a figura
do Homem da Areia cultivada por Natanael.
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