terça-feira, 13 de novembro de 2012

Contos: O Homem da Areia e As Babas do Diabo


No conto O Homem da Areia temos aí uma luta travada entre a “perseguição” que o jovem Natanael sofre por Copellius. Desde a meninice, a imagem do homem da areia criada por sua mãe, essa imagem diabolisada pela criada da casa, o acidente e a morte do pai até a vida adulta Natanael sofre com isso. O autor do conto reflete a maneira pela qual deveria contar tal história. Assim, como nas Babas do Diabo vemos o autor mergulhado num dilema crucial: ambos são tomados por espírito que os induz a ter de escrever, a contar: era uma vez... ou logo medias in res; “nunca se sabe ao certo como isto deve ser contado”.
O Homem da Areia destaca a questão dos olhos: olhos que encantam e olhos que enganam. Destaco o momento em que Natanael encanta-se por Olímpia através de seus olhos. Parecem tão reais (como a fotografia), mas não o são.
Uma das características contidas em ambos os contos, além do dilema do autor em como contar a história, esse desprender da ideia da consciência do autor para ser posta no papel, está, também, a ambiguidade.
Nas Babas do Diabo, temos um morto que conta a história. Este relaciona ideias diferentes ao mesmo tempo. No momento em que narra a história relata outras ações que presencia. O conto descreve sobre a imagem fotografada que nem sempre pode ser real.
Já no outro conto temos como forma de ambiguidade a imaginação de Natanael concretizando a figura do Homem da Areia a racionalidade de Clara que julga como delírio ou apenas como construção imaginaria a figura do Homem da Areia cultivada por Natanael.  

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