Segundo Koch, em seu livro Linguistica Aplicada ao Português: Sintaxe. (1983), as transformações
das orações complexas se dá por meio do processo de encaixamento.
As
Transformações de Encaixamento
Primeiramente, há subordinação quando é possível encaixar
uma oração dentro da outra – a matriz ou
principal – sendo que a função sintática da oração encaixada será a mesma
do constituinte no qual se operou a inserção. As frases encaixadas ou
subordinadas podem ser de três tipos diferentes, dependendo do local de
encaixamento, a saber: as completivas,
encaixadas no lugar de um SN; as circunstanciais,
encaixadas na posição de um SPA; e as
relativas, encaixadas na posição de modificadores adjetivais do nome.
As
Completivas
Como já mencionado anteriormente, as transformações
das orações complexas se dá por meio de encaixamento de uma oração por um termo
da oração primeira. Que termo então a ser substituído? Trata-se de formas
vazias conhecidas como pró-forma. O que é uma pró-forma? Trata-se de uma forma
vazia de significado, que serve para marcar a posição estrutural, o lugar onde
a segunda oração deve ser inserida. Assim as
completivas preenchem este espaço vazio de significado completando o
sentido da oração principal exercendo as funções de sujeito (SUJ), objeto
direto (OD) ou indireto (OI), complemento nominal (CN),
predicativo
(PRED) ou aposto (AP).
Ex: Pedro sabe
{algo/alguma coisa} Sabemos que o verbo saber
necessita de um complemento (quem sabe,
sabe algo ou alguma coisa). Assim, a pró-forma genérica poderá ser substituída
tanto por um só item lexical (matemática), como por um sintagma (escrever
poesias), ou por outra oração (o professor é justo).
As Orações Completivas
podem proceder ao encaixamento por intermédio de dois complementizadores: QUE, -R.
O
Complementizador QUE. Quando se introduz uma completiva
por meio do complementizador QUE, a transformação
de encaixamento obedece às seguintes etapas: a) encaixamento de O2 no lugar da
pró-forma ALGO; b) acréscimo do
complementizador.
Ex: Eduardo sabe que Cristina viajou.
Na O1 temos Eduardo sabe {algo} A pró-forma algo indica-nos a necessidade de uma
complementação do verbo. Eduardo sabe o que? Resposta: Cristina
viajar. Efetuando o encaixamento temos: Cristina viajar substituindo
a pró-forma algo e o acréscimo do
complementizador que no segundo sintagma nominal da
O1. Finalizando com Eduardo sabe (O1) que (complementizador) Cristina viajou (O2).
O
Complementizador –R. O encaixamento de uma completiva
também pode ser efetuado por intermédio de um complementizador –R, obtendo-se
assim uma oração reduzida de infinitivo.
Ex: Maria espera ALGO. Maria vencer as dificuldades.
Forma encaixada: Maria espera vencer as dificuldades.
Ocorre, portanto: a) encaixamento de O2 no lugar da
pró-forma ALGO da O1; b) acréscimo do complementizador –R (desinência modo-temporal
de infinitivo, indicando que o verbo assumirá obrigatoriamente a forma
infinitiva); c) apagamento do SN idêntico da completiva.
As
Circunstancias
As circunstancias, também, chamadas de adverbiais
pela gramática tradicional, são orações que se encaixam na posição de um SPA
modificador da matriz, que à semelhança das completivas, será representado por
pró-formas como: em dado momento, por uma
razão, etc. Também como as orações completivas, estas poderão ser substituídas
tanto por um item lexical (ex: agora), como por um sintagma (ex: na primavera)
ou por uma outra oração (ex: A primavera chega).
A regra completa do SPA
é:
SPA prep + SN
Adv
O2
O “modus operandi” da transformação de
encaixamento, chamada de T. de circunstancialização,
pode ser descrito a partir das frases:
i)
O público deixou o recinto em
certo momento. (SPA)
ii)
O espetáculo terminar.
Teremos o encaixe da O2 no lugar do termo em certo momento da O1. A noção de tempo
expressa na segunda oração poderá ser concomitante, anterior ou posterior ao
fato enunciado da primeira oração, cabendo, pois, ao circunstancializador
assinalar o tipo de relação temporal.
Além da circunstância
de tempo, a oração circunstancial pode ainda exprimir uma serie de outras relações
como: causa, conseqüência, condição,
comparação, proporcionalidade, conformidade, finalidade, concessão. Tudo isso
pode ser expresso no esquema: O
SN SV SPA
Os aviões saíram do em dado momento
líbios Brasil por uma razão
de certa maneira, etc
As Relativas
As orações restritivas,
denominadas adjetivais na gramática tradicional,
podem ser de dois tipos: as restritivas,
que funcionam como sintagmas adjetivais e apresentam-se encaixadas na posição
de modificador do nome, conforme a regra AS O2, e as apositivas, que funcionam como aposto e se originam de frases coordenadas
na estrutura profunda.
Relativas
Restritivas. Tais orações são encaixadas na posição
de um SA, representado por uma pró-forma, denominada ESPECIFICADO – que pode ser substituída tanto por um só item lexical
(ex: esforçado), como por um sintagma (ex: de Julio) ou por uma oração (ex: o
rapaz estuda letras).
A regra de reescritura
do SA será:
SA ( intens ) (SPA)
Adj (SPC) Ex: eu comi o peixe X.
O2 O peixe estava estragado.
Eu comi o peixe [que estava estragado]
caraa..
ResponderExcluirmas cadê os exemplos?!
Na verdade Amanda este post foi um trabalho da faculdade e como o professor não liga muito para exemplos não os postei aqui... Mas entendo que sem exemplos, a assimilação do conteúdo se torna mais difícil...
ResponderExcluirgostei, viu? ajudou-me muito para minha prova.
ResponderExcluirOlá! Bom dia! Pessoal como faço para obter este livro?
ResponderExcluirQuem poder me ajude...Por favor.
Att.: Denys
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