segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Formação de Palavras em Português

  • Como podemos Formar Palavras em Língua Portuguesa? Basicamente, nos utilizamos de dois processos de formação lexical: a) derivação; b) composição.
A derivação constitui-se na agregação de afixos ao radical da palavra. Quando o afixo é anteposto ao radical temos o prefixo. Já quando ele é posposto ao radical temos o sufixo. Exemplos: repor (re- (prefixo) + por); felizmente (feliz (radical) + -mente (sufixo) ). Cabe ressaltar ao aluno que a diferença entre prefixos e sufixos não é somente de ordem distribucional. Os prefixos ligam-se a verbos e adjetivos e não contribuem para mudança de classe gramatical ( ver é verbo/rever também é verbo). Fato diferente da natureza dos afixos. Estes por sua vez contribuem para mudança de classe gramatical do radical: civilizar é verbo ao passo que civil é adjetivo

OBS: veremos mais tarde na flexão dos nomes, que as desinências, também, são empregadas após o radical. Então como diferenciar o SUFIXO da DESINÊNCIA?


Resposta: O SUFIXO cria novas palavras, ao passo que as desinências apenas exprimem flexões. Veja os exemplos: aluno/alunas (alun radical a exprime o gênero feminino, s expressa número plural; fogo/fogoso ( oso caracteriza a formação de novo vocábulo/com nova significação).


Como identificar o radical de uma palavra? São dois os caminhos. O primeiro é o da SIGNIFICAÇÃO que consiste dizer que o radical agrega em sim parte da significação total do vocábulo. E o segundo caminho é o da COMUTAÇÃO. “Por esse nome se entende a substituição de uma invariante por outra, de que resulta uma nova palavra”. Entenda melhor nos exemplos:
Livr-
-inh (o)

-ã (o)

-ari (a)

-eir (o)
Perceba que na tabela, temos um mesmo radical: livr-. Uma vez comutado com os sufixos (inh(o), ã(o), ari(a), e –eir (o) derivou-se um novo vocábulo com a significação também nova.


A Derivação ainda pode ser:


PARASSINTÉTICA quando ao radical agregam-se simultaneamente prefixo + sufixo. Sendo que a eliminação de um dos afixos, resultará em uma forma inaceitável na língua. Ex: des + alma + ado. 
 
IMPORTANTE! Como saber se o vocábulo se constitui em derivado prefixal, sufixal ou parassintética? Existe uma técnica para tal indagação (infelizmente não ensinada na escola. Não na minha). Trata-se de analisar o vocábulo por meio dos Constituintes Imediatos (C.I.). Essa análise nos mostra que o “vocábulo não se constitui de uma sequência de morfemas, mas de uma superposição de blocos binários”. Tornemos a compreensão mais fácil. 
 
O vocábulo desgostoso é prefixal, sufixal ?
  1. Depreendamos o sentido semântico do termo. No exemplo temos claramente tratar-se de “cheio de desgosto”, o que gera a segmentação desgosto + oso; logo se trata de uma derivação sufixal.
  2. Tentaremos segmentar este vocábulo partindo da maior unidade significativa para a menor: des + gostoso¹ . O prefixo des aparece ligado a um adjetivo, o que é perfeitamente aceitável em nossa língua; podemos ainda segmentar da seguinte forma: gosto + oso². O sufixo oso agrega-se ao substantivo gosto, o que também é aceitável em nossa língua. Podemos ainda ter uma segunda possibilidade: desgosto + oso e des + gosto. Ocorre que nesta última forma, o prefixo des está ligado a um substantivo o que não é aceitável na língua, pois os prefixos agregam-se a verbos e adjetivos. Assim a primeira forma des + gostoso é a que esta mais de acordo com a estrutura total de nossa língua. 
REGRESSIVA: termo que se obtém mediante redução da palavra derivante. Ex: marco de marcar; debate de debater.


Quem vem antes o verbo ou o nome? Se o substantivo denotar ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva, mas se o nome denotar algum objeto ou substância, se verificará o contrário.


DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA: quando o vocábulo passa de uma classe gramatical a outra sem alterações formais. Ex: foi um comício monstro. (substantivo adjetivado).
Outro processo de Formação de Palavras diz respeito à COMPOSIÇÃO. Por composição entende-se a reunião de dois ou mais radicais para formar um vocábulo. Podendo ser:


  1. JUSTAPOSIÇÃO: quando, na formação do vocábulo, os radicais se reúnem sem haja perda de nenhum dos dois. Ex: navio-escola, malmequer, pé-de-moleque.
  2. AGLUTINAÇÃO: nesse processo os radicais se modificam para se fundirem na criação do vocábulo. Ex: fidalgo (filho+de+algo); vinagre (vino+acre).
  3. HIBRIDISMO: na formação do vocábulo tem-se a junção de elementos de línguas diferentes. Ex: abreugrafia (abreu, origem portuguesa, e grafia, de origem grega).
  4. ABREVIAÇÃO: consiste na redução da palavra original. Ex: cine de cinema; foto de fotografia.
  5. ONOMATOPÉIA: formação de vocábulos que tentam imitar certas vozes ou ruídos. Ex: fonfom (som de buzina).

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