Na maioria dos lugares, o momento de despedida do sol, anunciando a noite que vai chegar, é magnífico. Mas em Óbidos, cidade mais lusitana da linha do Equador, este fenômeno é muito mais de si mesmo. A beleza é tanta, que podemos dizer que aqui temos um Pôr do Sol mais por do sol, que o próprio por do sol, em paráfrase ao pensamento do poeta Alberto Caeiro.
E
todo esse esplendor do fim da tarde só é possível, graças ao lugar que o sol,
em Óbidos, escolheu para se despedir do dia: o “Estreito do Rio Amazonas”
(conhecido também como a “Garganta do Rio Mar”). É nessa parte mais estreita e
mais profunda do rio Amazonas – única no mundo - que o grande espetáculo
acontece.
É no
cair da tarde, horas antes da boca da noite chegar, que o grande “Astro Rei”
começa descer lentamente até o profundo das águas barrentas. Isso mesmo. A
impressão é que a grande bola fumegante vai tocar a linha imaginária cortada
pelas águas do rio. E para completar o cenário, barcos, navios, canoas, bajáras
sobem e descem a correnteza do rio, iluminados pela luz do sol, projetando
assim, lindas siluetas. E quando o sol parece, em fim, ter se despedido, eis
que da outra margem do Amazonas, um bando de pássaros corta no céu os últimos
raios solares, dando findas ao espetáculo.
E
assim, o sol se despede de mais um dia...
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