segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Resenha do Filme “Ladrões de Bicicletas”

Quanto vale uma bicicleta? Pode valer a ascensão social, por mais mínima que esta possa parecer.
Ladrões de Bicicletas, do diretor Vittorio de Sica, concentra-se, principalmente, na odisséia vivida pelo personagem Antonio Ricci em busca de sua bicicleta que lhe fora roubada, logo em seu primeiro dia de trabalho como colador de cartazes. O filme traduz características do cinemaneo-realista italiano.
Antonio Ricci é um trabalhador humilde. Para sustentar sua família consegue emprego como colador de cartazes. Mas de inicio vê-se num dilema de não ter o mínimo exigido para tal função: uma bicicleta. Sua mulher resolve então penhorar os lençóis da cama do próprio casal a fim de resgatar a bicicleta para matar a fome da família. Agora de posse da bicicleta vislumbra para toda a família dias melhores. Faz contas e mais contas com o ordenado e as horas extras que ganharia. Mas todos esses sonhos lhe foram desfeitos logo no primeiro dia de trabalho quando do roubo de sua bicicleta. A partir desse momento inicia-se a odisséia de Ricci e de seu pequeno filho Bruno em busca de tentar recuperar a bicicleta roubada. Não somente a bicicleta como também seus sonhos que naquele momento também haviam sido roubados.
Vão a um mercado de bicicletas roubadas. No entanto, após minuciosa busca, o resultado não foi satisfatório. Passam-se as horas e Antonio vê sua vida mergulhada novamente no sofrimento das privações. Pois o que buscava não era somente a bicicleta, mas a possibilidade de poder sonhar com uma vida melhor. Daí, juntamente com seu filho, foram vagar pela praça. De repente avistou o sujeito que lhe havia roubado. Empreitou perseguição. Porém, o resultado mais uma vez não foi satisfatório. E assim o filme segue narrando as tentativas frustradas de recuperação da bicicleta. Até que já cansado, pois tudo isso ocorre em um só dia, Antonio resolve pedir ajuda a uma vidente. Esta lhe diz da seguinte forma: “Ou você recupera sua bicicleta agora, ou não recupera nunca mais”. Será que nosso protagonista enfim recuperaria sua bicicleta?
As palavras da vidente pareceram uma profecia. Logo que Antonio atravessou a porta da pensão deu de cara com o bandido. Desta vez conseguiu agarrá-lo. Todavia como não tinha testemunhas que provassem que aquele meliante era o ladrão (apesar de ainda ter chamado um policial para averiguar a situação) pensou por fim que ali se encerrava a busca por sua bicicleta (o que nos faz retomar a frase da vidente). Cabisbaixo, caminhou até a praça central (sempre com o pequeno Bruno ao seu lado). Viu ali inúmeras bicicletas. A tentação da sobrevivência lhe confundia a mente. Sabia que aquela bicicleta roubada significava uma ascensão social, dias melhores, um futuro não apenas para sonhar, como também para vivenciar. Conduzido pela necessidade que o espírito capitalista faz do homem o lobo de si mesmo, nosso amigo rouba uma bicicleta. Aliás, tenta um roubo mal sucedido. Apanhado pelos populares sofre pela vergonha que causara ao filho. O pequeno Bruno chora copiosamente, pois tinha no pai um grande herói.
E a bicicleta? Nosso amigo não a recuperou.
O filme termina com pai e filho caminhando em meio a uma multidão, simbolizando talvez a esperança representada na figura do menino.

7 comentários:

  1. "Antonio Ricci é um trabalhador francês que vive as conseqüências do pós-guerra no território da França."

    Trabalhador francês? França? pelamordedeus...

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  2. Primeiramente, meu caro Tim, obrigado pela visita. Vc tem razão em seu comentário, tanto que verifiquei as informações do filme e fiz as correçoes necessárias.

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  3. Parabens pelo texto Rômulo. Deixo aqui uma dica, o podcast sobre cinema clássico, que acabou de debater este filme. http://filmesclassicos.com.br/2016/04/01/ladroes-de-bicicletas/

    Um abraço!

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  4. Gosto de clássicos,sempre quis assistir a esse filme. Obrigada pela resenha.

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