Antes
de mais nada, ao estudarmos a terceira fase
do nosso Modernismo,
vale ressaltar que alguns historiadores costumam classificar esse
período como Pós-Modernismo.
Essa
nova fase do nosso Modernismo costuma ser data de 1945 à 1960. No
entanto, em 1943, Clarice Lispector com o romance Perto
do Coração Selvagem, é
quem dá as boas vindas ao novo período literário.
Estando
a segunda fase modernista ainda muito próxima desta, não teremos
“novidades” significativas quanto a produção literária do
momento. Na verdade, os temas
regionalistas que
despontaram com força durante o segundo período ainda continuam,
porém o que vai ser diferente é a maneira dessa prosa transmitir a
sua mensagem. Não temos mais apenas uma descrição narrativa como
em O
Quinze
e sim uma situação em que a narrativa
passa a ser psicológica,
revelando os conflitos existências do homem representado no romance.
Características
(prosa):
- Prosa psicológica: fluxo de consciência;
- Prosa urbana: centrada nos conflitos do homem das grandes cidades;
- Prosa regionalista: é o que temos em Guimarães Rosa no seu Grande Sertão: Veredas;
- Narrativas confidenciais em primeira pessoa;
- Narrativas que aproximam a prosa da poesia;
Características
(poesia):
Para
entendermos o “novo” pensamento dos poetas desta geração temos
recorrer às primeiras fases do nosso modernismo e identificar aí
como a poesia era concebida. Perceberemos então que, no inicio do
modernismo os poetas buscaram o verso
livre,
lutaram
contra a metrificação,
contra
o uso da sintaxe
e publicaram
uma poesia-piada,
satirizando os Parnasos
e Simbolistas.
Agora
o pensamento mudou. Se antes os Parnasos e Simbolistas eram deixados
de lado, na terceira fase eles são vistos novamente como o exemplo a
ser seguido. Por isso, que alguns autores chegam a classificar os
poetas da terceira geração de Neoparnasianos
ou Neosimbolistas.
Estes, a defender um poema mais formal,
de linguagem
mais erudita
e metrificada
buscavam “uma
poesia mais equilibrada e seria”.
Os
dois grandes nomes desse momento são: Clarice Lispector (A
Hora da Estrela)
e João Guimarães Rosa (Grande
Sertão: Veredas).
Existe
uma relação ficcional muito grande entre a narrativa apresentada e
o momento real do país. Ora, o Brasil vivia uma década de grandes
transformações sociais e essas mudanças estão representadas nas
obras (para um melhor entendimento torna-se necessária a leituras de
alguns romances).
Nessa
terceira fase é possível perceber um amadurecimento
artístico-literário, uma vez que as tendências iniciais desse
movimento não mais eram empregadas pelos nossos poetas. Prova disso,
é o fato desses novos poetas proporem uma poesia totalmente
contraria aquela do inicio do movimento. Na prosa, perceberemos a
introdução de novos modos de ordenar a narrativa e de contá-la.
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