Há muito essa indagação sobre nossa objetividade do viver vem ocupando parte das minhas poesias. Mas só agora decidi fazer disso uma reflexão maior.
O que é a vida?
Viver é muito mais que deixar-se embalar pelo ritmo musical do “deixa a vida me levar/vida leva eu”. Mas por outro lado, viver é deixar-se embalar pela objetividade da vida expressa na canção: “e a vida o que é diga lá meu irmão...” e dessas reflexões vamos perceber que viver é perceber-se vivo e ter consciência de sua missão enquanto ser humano. Aliás, cada homem escolherá uma forma de ser: padre, médico, policial... Creio que cada homem deva assumir os dons oferecidos por Deus. Assim pensando a vida é uma longa estrada: o nascer é o ponto de saída; e a morte o ponto de chegada. No entanto, entre esses dois eixos é que de fato se faz a vida. Primeiro, escolheremos o que “ser”. Em seguida, preencheremos a nossa vida com as ocupações dessa escolha. Uns viverão das muitas tramas literárias; contos que se confundirão com a própria vida. Outros serão escravos de suas atividades profissionais. Outros ainda serão juízes, enquanto seus irmãos nunca passarão de réus confinados da inútil vida. Poucos serão ídolos, já muitos nunca passarão de fãs inconscientes. Mas para todos o viver não será eterno. Eterno apenas a morte... Em algum ponto da estrada o caminhante se deparará com o monstruoso abismo que a morte nos impõe. E quando esse momento chegar já deveremos ter feito valido à pena o sopro divino que sai de nossas narinas. Pois, é realmente curta a chance que o criador nos dá. Curta como a vida de uma borboleta... De toda essa reflexão uma coisa é certa: o que é essencial a vida sempre será invisível aos olhos da face. E se o essencial será invisível, o que na verdade viveremos será apenas o lado fútil, efêmero da vida. Diante disso, quando a brancura natural ou antecipada de nossos cabelos chegar, um arrependimento com certeza será inevitável: que a vida fora realmente muito curta...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou? Deixe sua opinião