quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Análise do filme O Sorriso de Monalisa


O Sorriso de Monalisa, 2004, do diretor Mike Newell conta a saga da professora de História da Arte Katharine Watson que tem a difícil tarefa de lecionar em um dos colégios mais conservadores dos Estados Unidos na década de cinquenta: o colégio Wellesley.  Professora com pensamento a frente de seu tempo, se vê aprisionada pedagogicamente no tradicionalismo educacional do colégio e na formação educacional que o mesmo propunha a suas alunas: a formação de boas esposas.
Embora o plano principal seja o enfoque nos desafios vivenciados pela professora Watson com suas alunas o filme retrata principalmente a tendência pedagógica praticada pela escola e o pensamento vivido na década de cinquenta nos estados unidos, quanto a isso, destaca-se o papel da mulher na sociedade estado-unidense. No que diz respeito ao método pedagógico escolar, em Wellesley predomina o saber tradicional sem espaço para o questionamento. Eis, por isso, o dilema da professora personagem principal do filme, uma vez que esta assume uma forma questionadora de lecionar o que é bem explicito em seus métodos de ensinar. Em uma das passagens do filme a professora lança o questionamento em sala de aula para suas alunas: o que é arte? Esse questionamento, aparentemente muito óbvio, rompe com o conteúdo automatizado da turma. As alunas, estudiosas ao demonstrarem domínio de todo o conteúdo da apostila, não suscitavam indagações a se próprias relacionadas a conceituação das obras de artes que estudavam e conheciam. O que torna com que uma obra de arte seja considerada como tal? Pode uma fotografia também ser considerada como uma obra de arte? Nesse sentido é que a professora propunha despertar o aprender a aprender e como consequência foi tratada como subversiva. Mas questionar o até então inquestionável configura-se crime de subversão? Talvez para a sociedade da época sim.
Outro ponto bastante destacado é a concepção formativa proposta pelo colégio Wellesley: as estudiosas alunas recebiam formação para serem boas esposas. Muito embora, a qualidade do ensino e cobrança das alunas fosse estupenda não havia motivação da parte da escola para que essas alunas assumissem profissões na sociedade. No fim, acabariam como “perfeitas” donas de casa.
Por fim, o filme tem aspectos de discussões interessantes que ainda nos dias de hoje nos fazem (re)pensar o papel da mulher na sociedade. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

EU DIGO NÃO! AO FECHAMENTO DA ESCOLA DUQUE DE CAXIAS

Durante esses dias, ao retornar as redes sociais, tomei de espanto um assunto, desses que a notoriedade se dá mais nas próprias redes sociais do que nos outros meios de informação. Tratava-se do quase fechamento (a depender do dia em que você esteja lendo este artigo, caro leitor) da Escola Duque de Caxias, aqui na cidade de Óbidos.
Estupefato com a notícia estagnei-me em reflexões próprias para tentar entender o porquê de se fechar uma escola. E a primeira vista, ou ao primeiro pensamento, fiz a correlação com um empreendimento que não deu certo e ao final chegou-se a decisão de fechá-lo. Mas é possível tal analogia? É possível e permitido que escolas sejam fechadas?   E para não correr o risco (mesmo já correndo) de emitir opiniões apaixonadas pautadas unicamente na defesa da educação púbica e de qualidade é que busquei ler algumas opiniões dos envolvidos nesse triste e preocupante imbróglio.  
Primeiro: não defendo fechamento de escolas. Dito isto parto para minhas reflexões. Respondendo questões que suscitei acima, ao que consta o município pode sim fechar uma escola. Nesse caso deverão ser consultados os conselhos de educação como define a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. Segundo a secretária de educação de Óbidos, Ana Nilva, isso foi feito. Por outro lado, os pais alegam que em nenhum momento foram consultados sobre tal medida. Será se esses não deveriam também ter sido ouvidos? Mas por que fechar a Escola Duque de Caxias? Segundo a secretaria de educação as fundamentações principais são: a falta de estrutura física para a prática de esportes (quadra esportiva) e o pouco número de alunos matriculados obrigando uma reestruturação dessas turmas para outras escolas do município.
Discussão pra cá... discussão pra lá... elenco meus argumentos pelos quais enfatizo minha opinião totalmente contrária ao fechamento da escola. a) A Escola Duque de Caxias é uma das melhores escolas (se não a melhor), dentro da sua abrangência de séries, classificada no IDEB, quando comparada as demais no município de Óbidos. http://www.xupaosso.com.br/index.php/obidos/educacao/3168-duque-de-caxias-teve-a-melhor-pontuacao-do-ideb-em-obidos (classificação de 2014); http://www.xupaosso.com.br/index.php/obidos/educacao/1591-a-escola-duque-de-caxias-tem-a-melhor-media-do-ideb (classificação de 2012); além disso, a escola apresentou um dos melhores índices nos últimos anos: 2011: 5,3; 2013: 5,6; e em 2015: 5,8, sempre acima da meta; b) Ainda que a estrutura física não seja a mais adequada à escola possui central de ar em todas as suas salas conquista da própria comunidade escolar que se mobilizou para a aquisição das centrais. Para um argumento raso, no entanto, chega quase ser um privilégio uma vez que quase todos os alunos da rede pública têm de suportar o calor infernal das salas; c) O pouco número de alunos por turma o que deveria ser visto como algo positivo, pois como sabemos com poucos alunos o professor pode desenvolver um trabalho melhor; d) História e tradição na educação obidense. São 48 anos construindo a formação educacional de milhares de pessoas; e) Escola é Escola e como tal não pode simplesmente ser vista como um bem que chegou ao fim de sua vida útil.
Por fim, faço um apelo aos gestores do município, em especial prefeito e vereadores. Não joguemos uma pá de cal em mais uma história desse município. Ao invés de fechar a escola, embora haja competência e legalidade para tal, por que não pensar um pouquinho mais e tentar propor junto à comunidade escolar uma solução para os problemas existentes?
Que, ao passo que este artigo seja lido por você, amigo leitor, a escola ainda exista, haja aula, haja vida naquele espaço. Mas se do contrário nada disso venha a permanecer convido desde você a ler meu futuro artigo: Óbidos a “cidade do já teve”...

Some-se a nós. Diga NÃO você também. 

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Por novas lembranças imagéticas

Quando iniciamos o aprendizado de aprender a fotografar tudo se torna fotografável aos nossos olhos. Logo, o nosso álbum virtual cresce de tal forma que não conseguimos mais espaço para guardar tudo aquilo que clicamos. E como imagens essas capturas ganham simbolismo especial ao passo que relutamos muitas vezes em apagar esta ou aquela imagem. Mas chega o momento em nosso progresso que precisamos recapturar de forma nova todos os instantes inúmeras vezes clicados por nós. Temos que matar aquelas velhas imagens!
Uma foto é muito mais que uma impressão num quadro, ou as curtidas recebidas quando exposta em rede social. Fotografias são memórias imagéticas. São traduções de uma vida, de um recorte (a)temporal, de alegrias e tristezas reveladas por meio de um processo mecânico-químico. Mas uma fotografia não pode tornar mecânico o olhar do operador da câmera. Por isso, matei minhas fotografias antigas (deletei literalmente). Pus-me num processo de fazer totalmente novo o velho; de dar luz a novos ângulos e conceitos próprios.
E hoje, que comemoramos o dia do fotógrafo mais que nunca (re)pensemos no nosso conceito de produção de imagens, no nosso conceito de memórias imagéticas uma vez que, a todos que fazem uso da criação de imagens (fotografando), recebem também o título de fotógrafos. Sim! Fotógrafos todos são. E por isso, nos compete o processo de recriação.
Matemos nossas antigas memórias imagéticas; e façamos vir à luz todas as fotografias inéditas.

Viva a fotografia!!!