O
Sorriso de Monalisa, 2004, do diretor Mike Newell conta
a saga da professora de História da Arte Katharine
Watson que tem a difícil tarefa de lecionar em um dos colégios mais
conservadores dos Estados Unidos na década de cinquenta: o colégio Wellesley. Professora com pensamento a frente de seu
tempo, se vê aprisionada pedagogicamente no tradicionalismo educacional do
colégio e na formação educacional que o mesmo propunha a suas alunas: a
formação de boas esposas.
Embora
o plano principal seja o enfoque nos desafios vivenciados pela professora
Watson com suas alunas o filme retrata principalmente a tendência pedagógica
praticada pela escola e o pensamento vivido na década de cinquenta nos estados
unidos, quanto a isso, destaca-se o papel da mulher na sociedade
estado-unidense. No que diz respeito ao método pedagógico escolar, em Wellesley
predomina o saber tradicional sem espaço para o questionamento. Eis, por isso,
o dilema da professora personagem principal do filme, uma vez que esta assume
uma forma questionadora de lecionar o que é bem explicito em seus métodos de
ensinar. Em uma das passagens do filme a professora lança o questionamento em
sala de aula para suas alunas: o que é arte? Esse questionamento, aparentemente
muito óbvio, rompe com o conteúdo automatizado da turma. As alunas, estudiosas
ao demonstrarem domínio de todo o conteúdo da apostila, não suscitavam
indagações a se próprias relacionadas a conceituação das obras de artes que
estudavam e conheciam. O que torna com que uma obra de arte seja considerada
como tal? Pode uma fotografia também ser considerada como uma obra de arte?
Nesse sentido é que a professora propunha despertar o aprender a aprender e
como consequência foi tratada como subversiva. Mas questionar o até então
inquestionável configura-se crime de subversão? Talvez para a sociedade da
época sim.
Outro
ponto bastante destacado é a concepção formativa proposta pelo colégio
Wellesley: as estudiosas alunas recebiam formação para serem boas esposas. Muito
embora, a qualidade do ensino e cobrança das alunas fosse estupenda não havia
motivação da parte da escola para que essas alunas assumissem profissões na
sociedade. No fim, acabariam como “perfeitas” donas de casa.
Por fim,
o filme tem aspectos de discussões interessantes que ainda nos dias de hoje nos
fazem (re)pensar o papel da mulher na sociedade.