O
caso se deu ao entardecer de ontem. Caminhando sobre o cás obidense o
transeunte se aproxima de mim e indaga se havia fotografado o lindo por do sol
daquele momento. Eu respondi que sim: fotografei lá de cima. Ele todo
entusiasmado me confessa que também capturou o momento de despedida do sol. E
mais: mostra-me a fotografia feita em seu simples celular. E complementa: se
fosse numa câmera profissional (como essa sua – ele deve ter imaginado) teria
ficado “boa”... a imagem em si por ele capturada estava boa. Transmitia a
poesia do momento. Mas o que me chamou atenção mesmo foi à analogia de quanto
mais cara e profissional a câmera melhor e mais bonita é a foto. Ora, como
assim? Cadê a capacidade técnica e artística de quem fotografa para que a
imagem represente bem o momento capturado?
Fotografar
bem não é acaso de sorte. É antes de tudo, estudo e prática. Sim. Fotografar se
aprende. Não se nasce fotógrafo. Torna-se fotógrafo. E não é qualidade técnica
da câmera que definira o grau de perfeição da imagem capturada. Não
necessariamente. É como se pensasse: comprei uma DSLR agora todas as minhas
fotos serão lindas e impressionantes. Mesmo que o fotógrafo, embora amador,
fotografe no modo automático, ainda sim, será necessário aprender sobre o ato
fotográfico. Câmeras não fotografam sozinhas. Nem todos os olhos são capazes de
ver as mesmas coisas nas mesmas coisas.
Assim,
câmeras não fazem fotógrafos. Muito embora, câmeras boas ajudem a pessoas se
tornarem fotógrafos. Resolução e lentes não são tudo. Fotografar antes de
apertar somente um botão é aprender a reconhecer a fotografia em sua volta. Só
fazemos boas fotos quando conseguimos recortar de nossa realidade aquilo que
nem todos enxergam. E isso, celulares, smartphones, câmeras compactas e DSLR’s
são capazes de fazer. O olho ver a cena e a câmera faz o registro. O contrário
não é verdadeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou? Deixe sua opinião