FOSTER, Thomas C. Para ler literatura como um professor
(tradução Frederico Dantello). São Paulo: Lua de Papel, 2010.
Você,
caro leitor, alguma vez na vida já teve a sensação de ao ler um livro não
conseguir penetrar nas entrelinhas? Ou nas aulas de Literatura na escola, na
hora em que o professor explicava os sentidos de determinada obra literária,
ficava perdido sem saber de onde vinham aquelas explicações? Então, que tal
contar com “um guia ágil e curioso que
ensine a ler nas entrelinhas” e, além disso, torne a sua leitura literária
tal qual a de um professor? Pois é isso que se propõe o livro Para ler literatura como um professor de
Thomas C. Foster. Mas vejamos se o livro cumpre aquilo que promete.
Dividido
em 27 capítulos, Para ler literatura como
um professor aborda em cada capítulo um tema especifico, como por exemplo: o acordo macabro logo na introdução.
Cada tema é desenvolvido a partir da citação de autores da literatura universal
como Goethe e Kafka. Mas não espere o leitor encontrar nesses capítulos meios
teóricos de entendimento para obras como poesias ou enquadramento de romances
em escolas literárias, apesar de o livro propor-se a ser um guia. No mais, a
maneira pela qual Foster escolheu
para desenvolver os capítulos de seu livro contribui no sentido de conduzir o
leitor (principiante) a relacionar as obras que já leu.
A
proposta do livro é questionável. O que seria “ler literatura como um professor”?
Será que a leitura “correta” é apenas a que o professor de literatura expõe, ou
entende enquanto leitor graduado? Seria então a leitura do aluno, ou a do
leitor iniciante descartáveis? Longe de qualquer aproximação com o texto lido? E
mais, haveria possibilidade de se extinguir as leituras que as entrelinhas de
um livro propõem? São questionamentos que um leitor despercebido dificilmente
faria. Mas como a minha formação em Letras atenta para isso, alerto esses
possíveis leitores.
Apesar
de alguns pontos frágeis no livro, que como já disse, são passiveis de
questionamentos, Thomas Foster soube apresentar no livro o sentido metafórico
do emprego de alguns termos ou palavras ao demonstrar para o leitor, com um
tema atual, que nem sempre “um vampiro,
é só um vampiro”.
E
afinal, recomendo ou não este livro? A resposta é clara: recomendo aos leitores iniciantes.
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