Dia desses, ouvindo a canção do Maluco Beleza cujo nome é o mesmo do título dessa reflexão, percebi que de fato a nossa vida é areia espremida na ampulheta. A alegria em comemorar o nascimento é dicotômica (do ponto de vista do pessimista?): a morte se torna mais próxima de nós. Ou não (do ponto de vista do otimista?): alegramo-nos pela quantidade de areia que representa o tempo que já vivemos. E por falar em tempo lembro-me dos sábios versos de Jorge Cooper: “Difícil é arredar o tempo/ não correr para trás com o tempo/ estar em eternidade no tempo”. Penso que esse tempo de Cooper é a metáfora da areia da ampulheta. Areia (vida) que uma vez descida pelo labirinto da medição não se poderá mais voltar atrás. Igualmente a vida. Semelhante aquele verso de cazuza: “o tempo não para”. E assim a vida vai... e o que apenas restará de nossa existência será: a lembrança temporária dos amigos, familiares... ou a inscrição lapidar: “ foi poeta, amou... e sonhou... a (na) vida ”.
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