terça-feira, 18 de agosto de 2015

Fotografias do Pôr do Sol de Óbidos são selecionadas no Festival Internacional de Fotografia Brasília Photo Show 2015


Mauro Pantoja
De que o Pôr do Sol de Óbidos é magnifico isso nós, pauxiaras, já sabemos.  E a prova de toda essa beleza é que três registros desse momento único da natureza foram selecionados no Brasília Photo Show 2015 – Em busca do Oscar da Fotografia.
Promovido pela Vergara Vector, o concurso selecionou os 300 melhores registros fotográficos de tema livre de um total de mais de 5 mil fotos inscritas. As fotos selecionadas iram compor um livro artístico e seus autores serão diplomados e certificados conforme classificação final. Além da escolha das fotos, a melhor legenda também será premiada.
Sobre as fotos e seus fotógrafos. As fotografias obidenses selecionadas, são dos fotógrafos Mauro Pantoja, Neuza Azevedo e Rômulo Viana (este amador e claro, editor deste blog). Sobre o Mauro Pantoja você pode conhecê-lo clicando aqui. Já o terceiro, no caso eu, estou muito feliz por ter sido selecionado já que estou há pouco tempo na fotografia e mais pouco tempo ainda que comecei a fotografar com uma câmera boa e no modo profissional.

Abaixo as fotos. Gostou? Dei sua opinião nos comentários 

Rômulo Viana

Rômulo Viana
Mauro Pantoja
Mauro Pantoja

Neuza Azevedo



Neuza Azevedo

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Uma visita ao Forte Pauxis Óbidos – Pará

No último sábado, 01/08, à tardinha, quase que de praxe, saí pelas ladeiras estreitas do centro histórico da cidade de Óbidos em busca de novos registros do cotidiano dos pauxiaras. Resolvi então fotografar o Forte Pauxis (uma das únicas fortificações permanentes construídas após o período da Regência (1853)). Nesta minha terceira ida a Fortificação Portuguesa tive a feliz surpresa que, embora, o prédio esteja fechado para reforma e requalificação há mais de três anos, ainda sim, mas não legalmente, o espaço histórico é visitado por turistas vindos de outras cidades. Na ocasião, além de uma família de obidenses, um casal de Belém vislumbrava os canhões e a estrutura antiga do prédio. Vendo-os com um guia turístico da cidade em mãos (aquele do professor Paulo Barros), logo iniciei conversa perguntado o que acharam do Forte. Falaram-me que ficaram muito contentes em conhecer uma das Fortificações fora da capital Belém. Mas ao mesmo tempo mostraram-se tristes e sem entender como uma prefeitura abandona um patrimônio histórico tão rico como esse. O mesmo me confidenciou o senhor obidense que lá estava com sua família.
Queixas a parte, o Forte Pauxis transpira a história remota do tempo de sua fundação. Nos faz imaginar os acontecimentos guardados ali por suas paredes e muretas. Seus canhões, apontados para a garganta do Rio Amazonas, nos fazem pensar na tensão dos navios que por ali passaram naquela época.
Mais que imaginar a história passada é preciso imaginar a história que queremos para o futuro. É inegável o estado de abandono que o prédio se encontra: canhões todos pinchados, mato tomando conta do lugar, espaço servindo de motel e ponto de uso de bebedeiras e drogas. É sabido que o IPHAN recentemente vistoriou o espaço e a retomada das obras, já tem um tempinho, foi brindada pelos quatro cantos da cidade. Mas até agora...

Ainda sim, vale muito a pena a visita. Fica aqui o convite. Não somente ao Forte Pauxis com também aos demais pontos históricos de nossa cidade.











terça-feira, 4 de agosto de 2015

O texto literário de expressão amazônica: em defesa da poética amazônica na sala de aula

Esse texto é parte de meu artigo de Especialização apresentado a Faculdade Educacional da Lapa - Fael.
Quando se fala em trabalhar textos locais, não se trata de querer negar o cânone literário, ou de querer, simplesmente, regionalizar o estudo com o estudo literário. Pelo contrário, trata-se de uma tentativa de aproximar o aluno da leitura fazendo com ele perceba que o que ele lê, é a sua própria realidade, coisa que outro texto (distante do seu cotidiano) não seria capaz de despertar. Caso dos livros didáticos que por vezes traduzem uma realidade que foge a vivência do aluno amazônida. Em alguns casos um estudante da zona ribeirinha conhece a literatura do sul do país, mas desconhece os principais autores da Amazônia brasileira como: Inglês de Sousa, Abghuar Bastos, Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Milton Hatoum. E os desconhece, primeiramente, pelo próprio desconhecimento de seu professor. E em segundo lugar, porque a literatura que aqui se produz não habita o considerado cânone literário por ainda ser considerada por muitos como literatura de margem ou de borda. Nesse sentido:
Estar à margem ou nas bordas também significa, entre outras semânticas, não ter passagem para a escola, o sistema central da educação escolar. Estamos, então, na borda com as literaturas que admitem os adjetivos infantil, oral, popular e regional, africana, indígena, feminina, de testemunho, entre muitas outras. E, muitos de nós, professores de literatura, além dos autores de livros didáticos, desconhecemos essas literaturas e por isso não temos como estabelecer diálogos intertextuais [...]. E, o mais grave, quando conhecemos não estamos preocupados em discuti-las, inclui-las, valorizá-las, entronizá-las. Torcemos pelo homogêneo? (FARES, 2013, p.83).  
 Embora os saberes literários da Amazônia e de seus escritores não tenham o espaço devido que mereçam na sala de aula, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ressalta a importância de incluir no currículo escolar essa experiência de textos que retratem a realidade do aluno. É nesse sentido que incluir o texto literário de expressão amazônica no cotidiano do aluno faz todo sentido. É pela experiência literária que o aluno não só aprende o conteúdo programático, mas se percebe enquanto individuo dentro da sua própria realidade no texto lido. 
Trata-se de:

Apresentar uma proposta voltada para os alunos [...], capaz de despertar o prazer da leitura partindo dos elementos culturais comuns aos alunos através de leitura e performance em sala de aula, favorecendo uma melhor recepção do texto literário para o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos e uma maior valorização de sua identidade cultural (CRUZ, 2004, p. 79-80).   
Quer-se, uma maior aproximação entre o texto literário, a realidade local do aluno e o gosto pelo texto de literatura possibilitando assim o desenvolvimento pleno da leitura do aluno partindo do mundo em que vive para a palavra que lê. Ideia essa já pensada desde a criação do livro Texto e pretexto: experiência de educação contextualizada a partir da literatura feita por autores amazônicos e que até hoje serve de inspiração para muitos professores.

Outro ponto de defesa a favor do texto literário de expressão amazônica seria o fato de este trazer para suas entrelinhas a oralidade presente nos contos e causos amazônicos que se ouve pelas bandas daqui.  Botos, boiúnas (cobra mítica da Amazônia), e outros seres devem, além de habitar o imaginário caboclo amazônico, também, habitar as salas de aulas. A este saber é necessário reservar espaço nos currículos das escolas da região.