quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Análise do poema A um Poeta de Olavo Bilac

No soneto A um Poeta, temos aí a metalinguagem quando o poeta utiliza-se de um poema para falar sobre o poema, ou seja, este soneto é um poema sobre o poema. Já no primeiro quarteto o poeta fala do exímio oficio de tecer o poema. O local ideal onde as ideias fluem, embora com dor e teimosia. Este é lugar é comparado ao claustro beneditino: “longe do estéril turbilhão da rua/ beneditino, escreve! No aconchego/ do claustro, na paciência e no sossego, trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua”!
No segundo quarteto apresentam-se os cuidados que se precisa ter para a criação do poema, onde o poeta admite uma forma para o poema onde não transpareça o trabalho exigido pela criação:mas que na forma se disfarce o emprego/ do esforço; e a trama viva se construa/ de tal modo, que a imagem fique nua,/ rica, mas sóbria, como um templo grego”.
O poeta chega ao primeiro terceto dando mostras do resultado do trabalho feito, destacando principalmente a beleza o que se identifica com os princípios clássicos: riqueza e sobriedade: não se mostre na fábrica o suplício/ do mestre. E natural, o objeto agrade,/ sem lembrar os andaimes do edifício:”
O fechamento do soneto é complemento do primeiro terceto. O poeta compara a arte como uma beleza pura, onde não deve haver artificialidade, pois é na simplicidade que ela se torna bela: Porque a Beleza, gêmea da verdade,/ arte pura, inimiga do artifício/ é a força e a graça na simplicidade”.

20 comentários:

  1. Muito obrigada pela sua análise. Sou estudante de Letras, na Universidade Federal de Goiás; e estou fazendo um trabalho sobre esse poema. Precisava desse apoio.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato pelo seu comentário e principalmente por poder ajudá-la

      Excluir
    2. Obrigada pela análise do poema. Amei.

      Excluir
  2. Realmente, esse destrinçar do poema é um trabalho dos mais gratificantes. Adorei essa opção de degustar algumas peças poéticas, de grandes vultos das letras nacionais. Ademais, resulta isto também em aprender a enxergar mais fundo o que dizem os poetas, que por serem vates são sinônimos de profetas. Parabéns.

    ResponderExcluir
  3. gostei bastante da analíse e aprendi muito. Parabéns.

    ResponderExcluir
  4. Respostas
    1. Poderia me ajudar nestas 4 perguntas sobre o poema?

      1- Quais são as tarefas do poeta?
      2- De que modo o mestre ensina o trabalho?
      3-Quais são os atributos do poema?
      4- Que relação há entre um templo grego e a imagem poética?

      Excluir
    2. Poderia me ajudar nestas 4 perguntas ?

      1- Quais são as tarefas do poeta?
      2- De que modo o mestre ensina o trabalho?
      3-Quais são os atributos do poema?
      4- Que relação há entre um templo grego e a imagem poética?

      Excluir
  5. Muito boa a sua analise, me ajudou muito

    ResponderExcluir
  6. Queria saber qual é a temática central desse poema,pode me ajudar?

    ResponderExcluir
  7. Excelente análise do soneto que resume os cânones do parnasianismo. Sem o ranço dos termos técnicos, usando linguagem simples e perfeitamente compreensível por qualquer leigo em letras mas sensível o bastante para apreciar uma bela peça poética, eis aí uma aula de simplicidade e competência. Parabéns!

    ResponderExcluir
  8. Que figura de linguagem foi construída, no poema, a partir do termo beneditino?

    ResponderExcluir
  9. Magnífico e cirúrgico com detalhes extremamente sensível e despojado.

    ResponderExcluir
  10. ficou muito bom, sera que seria fazer uma analise pensando no eu-lírico do soneto em relação ao que se defendia como produção literária Parnasiana e Naturalista?

    ResponderExcluir

Gostou? Deixe sua opinião